Estudo da fáscia e dor lombar crônica

Nov 24, 2020

Por muitos séculos os anatomistas ignoraram a importância da fáscia.

Há muito o que ser explorado neste complexo sistema que atua em nosso corpo como uma grande rede que separa, envolve e sustenta nossos músculos e órgãos por todo o corpo.

Em várias áreas do conhecimento ela está sendo estudada, como na neurologia, fisiologia do exercício, estudos de dores crônicas e lesões, transmissão de energia, processos de cicatrização, percepção corporal, enfim, praticamente em todas as áreas de estudos do corpo humano.

Estima-se que cerca de 20 kg de nosso peso corporal seja de tecido fascial.

Sem dúvida um dos campos de estudo que mais tem se debruçado sobre a fáscia é o estudo dos processos dolorosos do corpo humano.

E quando se fala em dor, a dor na região lombar talvez seja a de maior incidência entre a população.

Estima-se que cerca de 80% da população sente ou sentirá alguma dor lombar ao longo da vida.

São muitos os fatores que podem levar à dor lombar, tais como hérnias e protusões discais, osteófitos, estenoses, entre outros.

Existe porém, uma quantidade muito grande de pessoas que sentem dor lombar e que não tem um diagnóstico indicando exatamente a causa.

Thomas Meyers, estudioso norte americano da fáscia, desenvolveu uma teoria segundo a qual a fáscia é um sistema constituído de 12 linhas interconectadas e que desta forma elas sustentam nosso corpo contra a gravidade e transmitem força e tensões por todo o corpo.

Assim, uma dor nas costas pode por exemplo ter origem no arco dos pés, na postura do joelho, em um desequilíbrio de quadril, na região dos ombros desalinhada. Segundo ele, estes desvios geram tensões por todo o corpo podendo levar a dores em locais bem longe destes.

Robert Schleip, pesquisador do Instituto de Fisiologia Aplicada da Universidade de Ulm, Alemanha, demonstrou como a inatividade leva a um aglomerado desordenado de colágeno na fáscia, deixando-a enrijecida, retorcida e podendo desencadear uma perda de função.

Helene Langevin, pesquisadora do Instituto de medicina de Harvard, EUA, estudou pacientes com dor lombar crônica sem diagnóstico de lesões, concluindo que pessoas com fáscia lombar aderidas tinham mais dores do que pacientes com fáscias mais soltas e elásticas.

Mudanças posturais como uma cabeça inclinada à frente (postura muito comum em quem utiliza demais o celular), pode gerar tensões sobre a coluna lombar. Esta postura mantida por muito tempo gera mudança no colágeno da fáscia e modifica seu padrão normal.

A utilização da técnica de liberação miofascial, tanto manual (espécie de massagem), como com uso de ferramentas (uma série de espátulas de metal ou polietileno) e ainda com utilização de ventosas (pressão negativa), está comprovadamente ligada à diminuição de dores na região lombar de pacientes com ou sem diagnóstico de lesão.

O uso da liberação miofascial em uma série de sessões trazem alívio a médio e longo prazo. Aliados a exercícios de mobilidade e flexibilidade, bem como a uma mudança de padrão postural, consegue-se devolver os pacientes à uma vida com menos dores e limitações.

Por não ser um método invasivo, não coloca o paciente em riscos. É feita de forma leve e calma, sem exageros de tensões e força. Com isso traz um alívio imediato à musculatura enrijecida, gerando diminuição dessas dores tão limitantes.

Permita-se sentir uma vida com menos dores, com mais movimento, com mais energia. Procure um profissional habilitado e experimente os benefícios da Liberação Miofascial.

Rogério Luis Müller

Personal Trainer

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Rogério Müller

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