Canais de Bonghan e meridianos – o que a ciência está comprovando?

Nov 04, 2021

Durante milênios a sabedoria oriental já nos dizia que a vida é um fenômeno bioelétrico e de energia vibracional. Sendo assim, saúde é uma questão de energia fluindo de forma adequada pelo corpo, fazendo com que todos os sistemas de forma integrada, atuem correta e organizadamente.

Atuo há mais de 15 anos com terapias manuais orientais, como por exemplo a massagem ayurveda, indiana, que em sânscrito significa “Ciência da vida”, e, neste conceito de saúde os orientais sempre se referiram aos canais energéticos.

Tufo nesta ideia passa pelo entendimento do Prana, que pode ser entendida como a energia mais sútil que podemos imaginar. Diz-se que o Prana dá poder e força ao corpo e à mente e está intimamente ligado à alma.

Na terapia oriental entendemos o toque como uma forma de comunicação, ou seja, os toques são mensagens, podendo assim o toque ser uma grande mensagem terapêutica.

Todas as tradições antigas de cura falavam em canais energéticos, Sen (Tailândia), Meridianos (China e Japão) ou Nadis (Índia). Segundo estas tradições a força vital ou Chi é composta por dois tipos de energia, Yin e Yang, e seu fluxo ocorre através de uma grande rede de canais nos traz saúde, da mesma forma que esta energia estagnada nos traz doenças.

Os ocidentais por muitos séculos ignoraram a existência destes canais, até que nos anos 60, o cientista norte coreano, Kin Bong-Han relatou a existência de estruturas tubulares dentro e fora de vasos sanguíneos e linfáticos, bem como também sobre a superfície de órgãos internos e sob a pele.

Esses canais foram chamados de dutos de Bonghan.

No ano de 2002, o Dr. Kwang-Sup Soh e sua equipe na NK, iniciaram uma série de experimentos que validaram muito dos resultados do Dr. Kim e despertaram um novo interesse por esse sistema vascular que agora é oficialmente denominado de vascular prime system (VPS) e reconheceram as realizações do Dr. Kim na; compreensão da estrutura e suas funções, na visão completa do sistema PVS, na arquitetura relativo ao que observou, na presença do PVS em  moléculas, células, tecidos e órgãos  envolvidos e uma pequena lista de técnicas usadas para os estudos.

Atualmente, pesquisadores da Universidade Nacional de Seul, levantam a hipótese de que este sistema primo-vascular seja o componente físico do sistema de meridianos da acupuntura.

Estudos sugerem também que estes canais tenham relação com o fluxo energético e informação transmitida por ondas eletromagnéticas de luz e pelo DNA.

Em alguns estudos foi injetado um corante coloração especial que coloriu os meridianos. Ao injetar o corante nos pontos de acupuntura, eles foram capazes de ver as finas linhas. Estas não apareceram em pontos que não eram de acupuntura, onde não haviam meridianos.

Existem 12 meridianos principais emparelhados e dois meio-meridianos individuais, seis yang e seis yin.

Quando comparamos com o trabalho de Thomas Myers no seu livro Trilhos Anatômicos vemos a mesma ideia.

Estudos recentes sobre o sistema fascial tem nos trazido muita luz sobre este aspecto energético da fáscia, do toque, do movimento e das emoções.

Hoje cada vez mais compreendemos que na estrutura dos meridianos ou canais da Medicina Chinesa o que mais chama a atenção é a questão da eficiência na condutividade bioenergética, sendo uma via de comunicação bioelétrica que percorre vasos sanguíneos, fibras musculares, órgãos e que está presente em todo o corpo.  Sua principal via é pela fáscia.

As próximas décadas com certeza nos trarão muito mais conhecimento a respeito destas estruturas, mas com o que sabemos hoje, já não podemos mais negar a realidade de que somos uma grande central energética e que nosso corpo e nossa mente estão intimamente ligados e que geramos energia através de nossos sentimentos e ações e que estas com certeza atuam sobre nosso corpo de forma positiva ou também negativa.

Também não podemos mais negar os efeitos do toque na cura do corpo através da bioenergia. Sendo assim, ao tocar alguém, procure sempre perceber sua energia, cuide com sua intenção ao tocar, pois nossa intenção como terapeuta influencia demais no processo.

Vamos falar disso em futuros textos, trazendo evidências científicas a respeito deste tema.

Rogério Luis Müller

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Rogério Müller

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