Você sabe o que é Fibromialgia?

A fibromialgia é uma síndrome dolorosa crônica, de etiologia desconhecida. Existem estudos que demostram que pessoas com esta doença, apresentam níveis mais baixos de substâncias como serotonina e níveis elevados de proteína P, que são relacionadas às dores.

Os pacientes com esta síndrome apresentam dor em pontos específicos (tender points), que somam 18 e que para o diagnóstico precisam apresentar no mínimo 11 deles, bilaterais.

Outras manifestações que acompanham também as dores são a fadiga, as perturbações do sono e os distúrbios emocionais.

Acredita-se que entre 2 a 8% da população sofra de fibromialgia e sabe-se que mais de 80% dos casos é de mulheres. A maioria entre 30 e 50 anos de idade.

Este problema só foi reconhecido pela Organização Mundial de Saúde como doença no final da década de 70.

Acredita-se que a doença seja devida a uma perturbação dos mecanismos da dor, nos fusos neuromusculares, não havendo propriamente lesão de qualquer órgão, por isso sua dificuldade em ser devidamente diagnosticada.

Não se tem ainda cura para esta síndrome. Mas por outro lado existem várias frentes de estudo em todo o mundo buscando soluções para melhorar a qualidade de vida dos portadores, atuando nos distúrbios mais comuns destas pessoas que são: dificuldade para dormir, dores que agravam com o frio, tensão emocional, dores após atividade física, sensação de inchaço, entre outras.

Um dos maiores problemas que um paciente com fibromialgia sente, sem dúvida, é a falta de entendimento das pessoas sobre sua situação. Uma vez que não existe um exame laboratorial ou de imagem capaz de detectar a presença da fibromialgia, seus portadores muitas vezes sofrem com as críticas vindas dos colegas de trabalho, amigos, familiares e algumas vezes até de outros profissionais da saúde que acham que o paciente está fazendo “corpo mole”, inventando dores ou mentindo para obter vantagens.

Assim, muitas vezes, o portador desta síndrome passa a ter problemas psicológicos que podem aumentar seu nível de estresse e ansiedade, o que também ajudará a piorar as dores.

Não é difícil o portador de fibromialgia entrar em processos de depressão, justamente por esta incapacidade para atividades normais do dia a dia, como trabalhos domésticos e na própria atividade profissional e pela não aceitação da sociedade.

Uma vez diagnosticada pelo médico, esta síndrome requer cuidados e tratamentos que busquem a diminuição das dores crônicas. Entre os tratamentos mais adequados estão

·   Tratamento à base de remédios que diminuam as dores.

·   Detecção e diminuição dos processos que gerem estresse e ansiedade, uma vez que estas sensações levam ao aumento das dores.

·   Acupuntura.

·   Suporte psicológico.

·   Atividade física bem orientada e planejada.

Quanto à atividade física, a hidroterapia e o Pilates tem se mostrado extremamente benéficos, por serem técnicas nas quais podemos atuar de forma mais leve e com foco na flexibilidade e relaxamento muscular.

Atividades aeróbicas como andar de bicicleta, caminhar, nadar, desde que feitas em níveis leves de esforço também são extremamente úteis no tratamento.

Alguns tipos de massagens, como a Ayurveda, de origem indiana, são excelentes coadjuvantes no tratamento, uma vez que possuem toques leves, suaves e atuam no sentido de relaxar, aliviar o estresse e dar maior controle emocional à pessoa.

Ainda quanto à atividade física, é importante salientar que no início do processo de adaptação, as dores tendem a não diminuir e em alguns dias até piorem levemente por um período de semanas ou alguns meses, mas que depois disso a diminuição das dores é evidente. Por isso a necessidade de orientar desde o início o paciente no sentido de que não desista do tratamento, de que esta piora é momentânea e de que o esforço valerá a pena. Mas é crucial que o profissional que vá atuar com estes pacientes tenha muito conhecimento sobre esta síndrome e que realmente busque conhecer e entender processo, atendendo cada paciente de forma muito individual e com carinho e atenção.

É importante o paciente com fibromialgia entender que a falta de atividade física levará a outros fatores como obesidade, falta de flexibilidade e rigidez muscular, mudanças posturais graves devido à fraqueza muscular, incapacidade de movimentos para atividades normais do dia a dia, fatores estes que também ajudarão a aumentar as dores e poderão levar a piora do quadro.

É preciso lembrar sempre que esta pessoa já está e um processo de fragilidade emocional. Sendo assim, o cuidado e a atenção de outros profissionais, numa equipe multidisciplinar, fará a diferença e trará de volta muito desta qualidade de vida perdida.

Rogério Luis Muller – CREF 0805-G

Profissional de Educação Física – Especialista em Ciência do Condicionamento Físico

Especialista em atividade física nas lesões e doenças – instrutor e Professor de cursos de Pilates – Professor de Pós Graduação.