Pilates e disfunções do assoalho pélvico

O assoalho pélvico é rico em fáscias. Não podemos analisar os problemas em relação ao assoalho pélvico de forma isolada, como vemos nos atlas anatômicos.

É imprescindível analisarmos a região pélvica em contato direto com os membros inferiores, região dorsal, abdominais, ou seja, numa visão de globalidade, de continuidade fascial.

A Dra. Carla Stecco, italiana, uma das maiores autoridades mundiais em dissecação e estudos de fáscias, tem um trabalho incrível neste campo, através de dissecação, mostrando o quanto há de ligação entre estes diversos tecidos.

O glúteo máximo está conectado à fáscia tóraco lombar e esta em continuidade com o oblíquo externo, transverso do abdômen e reto abdominal. Tudo isso em conexão até a região anal, vaginal ou peniana.

O púbis por sua vez, está em conexão com o reto abdominal mas também com o adutor magno na coxa.

Assim temos uma ligação entre a região do ânus, cóccix, vagina e pernas, abdômen, costas. Tudo interligado. Uma região sofrendo interferência e interferindo em outra. Distúrbios em uma parte da fáscia com certeza prejudicarão outra. Encurtamentos ou enfraquecimentos musculares nestas regiões se comunicam e problemas podem surgir, como dificuldade de sustentar a urina, dificuldade em relação ao sexo, dores nas costas, dores pubianas, entre outras.

Trazendo todas estas informações para o campo dos exercícios físicos, como por exemplo o Pilates, onde atuamos tão fortemente com músculos como adutores, abdominais e dorsais, podemos compreender porque conseguimos tanto resultado em casos como incontinência urinária , dores no púbis ou dores lombares com estes exercícios.

Portanto, se você tem disfunções relacionadas à região pélvica, ou mesmo como prevenção (uma vez que são problemas comuns com o avanço da idade), procure um profissional qualificado e inicie o treinamento com Pilates.

Você vai se surpreender com o resultado.

Rogério Luis Muller

CREF 000805-G/SC