Liberação Miofascial no fisiculturismo – Benefícios e indicações
Cresce a cada dia a utilização das técnicas de liberação miofascial por praticantes de fisiculturismo, em todo o Brasil.
Mas esta técnica, traz mesmo benefícios a esta população?
A fáscia muscular é um tecido que reveste os músculos, tendões, ligamentos, formando uma capa firme e elástica, que em condições normais, permite a contração adequada dos músculos e consequentemente, uma mobilidade ideal das articulações.
Porém, em certas circunstâncias, como nos casos de sedentarismo, cirurgias, excesso de treinamento, entre outros, esta estrutura perde a elasticidade, enrijece e deforma-se de forma desordenada, podendo levar a diversos problemas.
Quais problemas Fasciais mais afetam os fisiculturistas?
Para um atleta de fisiculturismo, que necessita trabalhar com altas cargas e muitas vezes número elevado de repetições de movimento, um tecido fascial que não esteja em perfeitas condições pode levar a sérios problemas, tais como:
- Alterações de padrões posturais
- Padrões alterados de movimento devido à postura alterada
- Lesões de tecidos como por exemplo tendões, por atritos muitas vezes originados destes padrões de movimento alterados
- Limitação de amplitude de movimento e consequentemente diminuição dos resultados dos treinos
- Falta de definição muscular em virtude do tecido fascial sem elasticidade ideal, impedindo a perfeita definição de cada ramo muscular.
- Lesões causadas por estresse contínuo sem a devida recuperação tecidual
Como atuar sobre estas questões?
Uma forma segura e eficiente de atuar sobre este tecido é a liberação miofascial, que consiste em movimentos de tração, fricção e deslizamento de ferramentas especiais para este fim, ou das mãos, cotovelos e punhos do terapeuta sobre o tecido fascial prejudicado.
É importante para o bom resultado desta liberação, que o terapeuta tenha uma ótima formação em anatomia e biomecânica para que consiga avaliar, analisar e planejar a melhor forma de atender cada cliente, levando em consideração as dores, posturas, movimentos realizados na atividade física, histórico de lesões e cirurgias, entre outros fatores, para assim definir seu protocolo de atendimento em cada caso.
A liberação miofascial pode ser feita de várias formas, desde a auto liberação com bolas e rolos especiais para este fim, como também de uma forma mais apurada, através da terapia manual ou ainda com utilização de ferramentas metálicas, de madeira, de polietileno, de vários formatos e dimensões.
Também é muito utilizado a terapia de liberação miofascial com pressão negativa, através do uso de ventosas, originárias da medicina chinesa. Estas ventosas podem ser usadas de forma estática sobre determinados pontos, com também a técnica de ventosa deslizante, onde como o nome já diz, desliza-se a ventosa sobre o tecido para assim liberar esta fáscia.
Quais resultados a Liberação Miofascial trará?
Os resultados para o praticante de fisiculturismo serão imensos, onde podemos citar alguns:
- Melhora da flexibilidade articular e amplitude de movimento
- Diminuição das dores e lesões decorrentes dos treinos
- Melhora da postura e consequentemente do equilíbrio muscular, gerando uma estética diferenciada
- Maior recuperação pós treino melhorando a performance em treinos futuros
- Separação das fáscias musculares permitindo que cada ramo dos músculos consigam trabalhar mais livremente aumentando a possibilidade de ganhos em contornos musculares as vezes comprometidos por uma aderência fascial
Teríamos ainda outros fatores para acrescentar a esta lista, mas aqui já temos argumentos suficientes para defendermos a utilização da liberação miofascial por fisiculturistas, dentro de um plano inteligente de treinamento, buscando cada dia melhorar a performance do atleta, com diminuição dos fatores de risco de lesão.
Sugere-se ainda que o trabalho de liberação miofascial em fases de treino muito intensos, seja integrado à periodização dos treinos e pensado de forma conjunta com a separação dos treinos por segmentos, sendo ideal que não se faça uma liberação muito intensa ligeiramente antes ou após o treino de alta intensidade.
Assim, teremos mais resultados a longo prazo se pensarmos esta lógica da liberação levando-se em consideração a atuação em grupos musculares que não serão submetidos a esforço intenso naquele dia, alternando-se o trabalho em conformidade com a planificação do treino.
Procure um profissional preparado, de preferência com conhecimento também de treinamento, aumentando assim a eficácia da liberação miofascial.
Permita ao seu corpo sentir os benefícios desta técnica maravilhosa e bons treinos, com menos dores e lesões, consequentemente com maior ganho de performance
Rogério Luis Müller
Personal Trainer
CREF 000805-G/SC